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Como a Improvisação Teatral mudou a minha vida

O título está um pouco sensacionalista, eu sei, mas quero chamar a sua atenção para uma ideia bacana. A divulgação e prática da Improvisação Teatral é muito comum em vários países, e por conta disso, já existe um tanto bom de material escrito em outras línguas sobre a aplicação dos princípios da Improvisação à diversas áreas, como a educação, treinamentos profissionais ou mesmo filosofia de vida e desenvolvimento humano. Ao invés de simplesmente traduzir algum texto estrangeiro, escolhi escrever a partir de um conjunto de leituras que fiz (as referências estão no final) e a experiência que tive com a improvisação nesses últimos anos, tanto a partir de minhas vivências, como de relatos pessoais feitos por alunos que tivemos.


A proposta do texto é apresentar alguns dos princípios que todos os improvisadores se esforçam constantemente para aplicar e como eles podem trazer um olhar interessante para o cotidiano.

Aviso importante: Improvisação teatral não é terapia (embora possa ser terapêutico em algumas situações). Improvisação é uma linguagem teatral artística. Esse texto não pretende mostrar que a improvisação pode tratar as pessoas ou resolver os problemas do mundo. O que ele mostra é que, ao estudar e praticar improvisação, somos apresentados a alguns princípios que têm potencial de serem aplicados também ao cotidiano de maneira benéfica.

AGORA VAMOS LÁ!




1- A regra de ouro da Impro: dizer “SIM!”


A improvisação é teatro sem roteiro, sem falas decoradas. Você irá criar uma história com alguém sem que vocês tenham combinado previamente como será a cena. Imagine que você começa uma cena dizendo “Filho, recebi seu boletim e você está com notas baixas de novo”. Então seu colega de cena responde com uma negação: “Eu não sou seu filho, sai pra lá sua louca desconhecida”. Resultado: o desenvolvimento dessa história foi bloqueado. O que seu colega de cena está fazendo com essa resposta é negar a sua proposta e sua contribuição nessa história. Todos somos diferentes e sempre teremos ideias diferentes passando pela nossa cabeça no momento de criar uma cena. Ao invés de querer impor somente a nossa visão da cena (e de mundo), é preciso aprender a aceitar as ideias que vem do outro, para que as histórias possam desenrolar, e sejam criadas em conjunto. Uma resposta simples poderia ser “Sim, mamãe, me desculpa”. E a história continuaria.


Por isso o primeiro princípio ensinado nos cursos de improviso é o “SIM!”: Desenvolver a capacidade de aceitar as propostas dada pelos companheiros e embarcar nas histórias nas quais foi convidado a construir junto. Imagine se, quando Harry Potter recebesse sua carta convite para estudar em Hogwarts, ele tivesse dito “Não, obrigado.” ou “Não acredito em magia, pode jogar essas cartas fora”, haveria alguma história pra contar? Ou se Frodo e os hobbits tivessem se recusado a carregar o anel? Se Luke Skywalker tivesse dito não para o convite de se juntar aos rebeldes e combater o Império, ou mesmo se a Cinderela tivesse preferido ficar em casa ao invés de ir ao baile e dito “Ah, acho que vai dar problema, não é lugar pra mim, vou ficar aqui e arrumar a casa mesmo”. Que histórias nós teríamos pra contar?



Uma boa história improvisada sempre estará recheada de aceitação das propostas ofertadas na cena. Levando a lugares imprevisíveis para os atores, porque é fruto de uma aceitação conjunta dos convites feitos um ao outro.


É muito legal assistir os alunos iniciantes de improvisação praticarem suas cenas, porque nesse processo eles percebem o quanto nós estamos acostumados a dizer “não” no nosso cotidiano. Os nossos “nãos” são quase automáticos. Dizer não para convites, propostas, oportunidades que se abrem, novas possibilidade de aprendizado ou até mesmo novas amizades é mais comum do que percebemos. Vamos envelhecendo e construindo certezas sobre muitas coisas, se apegando ao que estamos acostumados e passa a ficar difícil dizer sim para o desconhecido, seja por preguiça, comodidade, medo de errar ou por achar que não somos capazes. Para cada oportunidade, nós sempre arrumamos motivos para dizer não para as possibilidades de novas histórias que aparecem. Sair da negação automática e passar a olhar com mais disponibilidade para o “sim” me fez ter experiências e encontrar caminhos que eu não teria encontrado de outra forma.


2- “Yes, and…”: acrescentar e contribuir


A regra de ouro da Impro (dizer SIM!) não vem sozinha. É preciso ir além, e pra isso existe o “Sim, e…” (popularmente conhecido como “Yes, and…”). Significa que o improvisador não busca apenas a aceitação da realidade construída, mas que deve se propor constantemente a seguinte questão: “Como eu posso contribuir com essa realidade?”, ou “O que eu posso acrescentar aqui? De que maneira eu posso somar nesse contexto?”.


Pra ficar mais simples de entender, voltemos ao exemplo anterior. Um ator inicia uma cena se propondo como pai ou mãe do outro personagem ao dizer a seguinte frase: “Filho, recebi seu boletim e você está com notas baixas de novo”. O outro improvisador em cena pode aceitar dizendo “Sim, mamãe”, e nós teremos uma história pra seguir. Mas essa resposta não realiza uma criação conjunta, e continua deixando a história na responsabilidade do primeiro ator. Algumas respostas que sigam o “Yes, and…” poderiam ser:

“Sim, mamãe. Você vai me prender na masmorra por um mês de novo?”, ou “Sim, mamãe. Eu fiquei com 9,8 de média, eu sou um desastre”. Ou até mesmo “Sim, mamãe. É que tem uma garota, sabe… E eu fico perdendo a concentração”.


Todas as respostas anteriores aceitam a proposta do primeiro ator e acrescentam algo à história. Na primeira, pode ser que essa história seja sobre uma mãe que dá castigos exagerados para o filho. Na segunda, a história poderia ser sobre uma família de perfeccionistas. E a terceira história poderia nos contar como um garoto de doze anos se apaixona pela primeira vez.


Não importa qual dessas será a continuação, o que vale pra nós é que os improvisadores seguem aceitando as propostas do outro e acrescentando as suas, de modo que o resultado final é a soma das ideias dos dois (ou mais) que estiverem em cena. O legal aqui é o que isso representa. Porque essas ideias, que somadas constroem histórias, são frutos das experiências, vivências, criação e circunstâncias de cada um. O resultado será sempre significativo no sentido de não ser fruto de uma única mente, mas de um conjunto de pessoas trabalhando pelo mesmo fim.


A maneira como vivemos no mundo, seja no trabalho, na escola ou em casa, nos oferece várias tarefas e problemas para serem resolvidos coletivamente, todos os dias, e com a intenção de nos envolver o menos possível com tudo isso, geralmente nossas respostas comuns são duas: ou negar as propostas de ação e fugir dessas histórias, ou fazer parte delas, mas transferindo toda a responsabilidade de resolução ou continuidade pra fora, pra que a gente fique seguro e possa dizer “não é minha culpa” quando algo der errado. E quase nunca, nos fazemos a seguinte pergunta, para qualquer cenário que se coloca a nossa a frente: “Como eu posso contribuir com essa realidade?”


Aqui existe uma armadilha, claro. Que é a vontade de somar, mas sem aceitar o que vem antes. Quando as pessoas resolvem problemas em conjunto, pode até ser que mais de um queira somar e colocar suas propostas. Mas essa soma vem sempre com uma subtração secreta antes: “A sua ideia não serve, vamos excluir ela e acrescentar a minha, que é melhor”.


Quando eu proponho para observarmos com mais atenção essa questão, eu não estou dizendo que todas as ideias e propostas são ótimas e devemos aceitar tudo. Mas, principalmente quando se trata de uma construção coletiva, o que parece é que temos nos esquecido o quanto cada um, inclusive nós, tem a contribuir. Porque, assim como nas cenas improvisadas, o resultado pode acabar sendo melhor do que a gente espera.


3- Não existem erros.



Quando realizo uma oficina de improvisação pra iniciantes, um dos objetivos é que pelo menos em algum momento da oficina os participantes errem. Para conseguir esse objetivo aplico vários exercícios, a maioria deles com uma sensação de diversão, em que a exigência de atenção e coordenação vão aumentando até que chegue num ponto onde simplesmente é impossível não errar, não importa o quão “bom” você seja naquilo.


Faço isso nos treinamentos, porque na improvisação, uma certeza inevitável é a de que você vai errar. Nos treinos, nas cenas, no palco, na frente de cem pessoas ou de três, mas vai errar. Simplesmente porque é muito difícil criar cenas sem roteiro. Uma palavra que você escuta diferente, algo que te tira atenção ou mesmo um desafio de um jogo de improvisação, podem (e vão) te tirar do eixo.

Como nos diz Andrei Moscheto, “Aceitar o que pode vir da falta de certeza e usar tudo que der errado de forma positiva estão no núcleo desta arte.”

Se começamos uma cena e eu inicio fazendo um personagem que está correndo nas olimpíadas, mas meu colega de cena entende que estou fugindo após assaltar um banco, eu abraço o erro dele, e agora teremos um fugitivo que corre no estilo maratonista. E segue a história.


A questão é que essa certeza de que vamos errar nos força a olhar para esse elemento com mais atenção do que o normal, já que o erro é inevitável, e por isso necessariamente temos que aprender a lidar com ele. Pense no seguinte: em toda a nossa vida, somos orientados a fugir dos fracassos e-ou ser punido por eles. Fomos educados a buscar as melhores notas, melhores colocações, acertar em tudo, ganhar em tudo, ser melhores que os outros. Falhar nas provas da escola ou em qualquer outra coisa torna-se um problema gigantesco, sempre reforçando uma sensação de incompetência quando não alcançamos o esperado. Ficamos angustiados boa parte da adolescência e vida adulta por conta disso. (Crianças costumam se julgar menos).


Então aprender a desconstruir essa sensação horrível que temos ao falhar é um trabalho difícil, mas incrivelmente recompensador quando a gente avança. Isto porque o medo de errar é um dos fatores que mais significativamente trava as nossas ideias. Não só para as cenas improvisadas, mas na vida. Quantas coisas não deixamos de fazer ou tentar por conta do medo de que pode dar errado? (olha o princípio do SIM voltando por aqui). Claro, que você pode pensar em algo grande como medo de pular de paraquedas ou de sair em um mochilão pelo mundo, mas isso também se aplica a coisas pequenas, como medo de levantar a mão pra fazer uma pergunta na aula ou dizer pra alguém como você se sente em um determinado relacionamento. E se rirem de mim? E se eu não conseguir lidar com a conversa? E se tudo der errado? E deixamos de assumir riscos que nos levariam pra lugares legais. Tudo por medo de errar.



A gente esquece que os “sucessos” (ou acertos) são quase sempre fruto de uma sequência de fracassos e tentativas que nos impulsiona pra frente, dando a experiência necessária sobre como agir ou o que tentar nas próximas vezes. É justamente saber utilizar os fracassos como ferramentas. É se aproveitar dos riscos. Entender que a falha é inevitável, e que não é um problema tão grande assim quando as coisas dão errado. É mais do que natural. E quando elas dão, podemos concordar: é daí que vem boa parte das nossas melhores histórias.


4- Seja mediano.


“Be ordinary”, nos diz Keith Johnstone (grande mestre da Improvisação). Eu tentei traduzir de várias maneiras essa frase. Poderia ser “seja medíocre”, “seja comum” ou “seja ordinário” também. Acredito que seja mediano se encaixa melhor, mas o ponto não é esse. A questão é que aqui se encontra uma das sacadas mais geniais da Impro.


Quando você está tentando ter uma boa ideia, ou tentando fazer algo muito bem, dificilmente você vai ter a melhor ideia ou fazer algo excepcional. Isso porque quando você tenta ser incrível em qualquer coisa, você está usando boa parte da sua potência pra se preocupar com ser incrível, ao invés de simplesmente fazer o que você precisa fazer.



É um argumento meio estranho, mas funciona de uma maneira surreal. Enxergamos muito nos improvisadores iniciantes o travamento que eles têm pra entrar ou dar continuidade em alguma cena, simplesmente porque a cabeça deles está gastando muita energia julgando as ideias que aparecem, mostrando que elas não são boas o suficiente e que dá pra encontrar algo melhor, mais engraçado, mais interessante ou mais original. A saída pra isso é simplesmente fazer o mediano, o comum, o óbvio. É entregar aquilo que você já tem e construir a partir daí.


Logo quando vemos os travamentos, já gritamos para o aluno “Não julga!”, “Vai na primeira ideia”, “Não tenta ser interessante”. Então a coisa sai. E, às vezes, não sai muito bem. E, às vezes, sai sensacional. Mas sempre já é muito melhor do que estava antes. Simples assim.


Funciona muito bem para quem está enroscado com dissertação de mestrado, algum trabalho pra escrever, ou qualquer trabalho que demande alguma ideia “original”. O princípio é simples. “Não julgue”. O julgamento atrapalha e bloqueia o nosso pensamento divergente (elemento essencial da criatividade), que está relacionado à capacidade de dar múltiplas respostas aos diferentes problemas que nos aparecem. A questão é que logo que uma ideia vem já julgamos sem perceber, sem explorar, sem entender todo o potencial que qualquer ideia tem. Esses bloqueios nos limitam mais do que imaginamos.


O potencial das ideias simples fica muito claro na impro, quando frases e ações comuns de repente se transformam em histórias que aos olhos de quem está de fora parecem incrivelmente criativas ou originais. E de uma certa forma, são. A questão é que todos nós conseguimos chegar nisso. É só não julgar. Nem as suas ideias, nem a do outro. Sem buscar o mais interessante ou engraçado. E aí as coisas começam a acontecer.


Quase sempre o resultado é muito bom. De vez em quando a gente erra, e aí tenta de novo. Mas acho que já falamos sobre isso, né? Se você leu até aqui já está percebendo que os princípios são muito complementares.


5- Escute


Omar Argentino coloca que as três habilidades básicas para improvisar são a aceitação, a capacidade de propor, e a escuta. Ele complementa: Das três, a escuta é a mais necessária. Imagine uma cena onde os personagens são três escoteiros perdidos na floresta, e então aparece um urso para atacá-los. Na cabeça de cada um dos atores pode estar aparecendo várias ideias diferentes: acender fogo pra espantar o urso, amarrá-lo utilizando nós de escoteiro, começar a chorar, tentar conversar com o urso, sair correndo de medo ou mesmo fazer um stories da situação.


Nessa cena há a possibilidade de acontecer uma história muito legal. Contudo, também tem a chance de todo mundo falar ao mesmo tempo e ninguém entender nada, ou começar uma grande discussão porque cada um ficou preso na sua própria ideia.


Já existem algumas pesquisas interessantes na psicologia comportamental cognitiva que mostram que, em grande parte das conversas e discussões que temos no cotidiano, enquanto o outro fala nós só ouvimos o começo do que tem a dizer, e depois a maior parte do tempo já estamos pensando na nossa resposta ou esperando nossa vez de falar. Geralmente só ouvimos um único argumento e já queremos contrapor em seguida. Em um contexto tecnológico e social onde temos acesso a diversos tipos de ferramentas pra nos expressar e dar voz aos nossos desejos, vontades, opiniões e experiências (o que é muito legal), a gente tem desaprendido a escutar.



A impro nos põe a prova desde o começo nesse sentido. Sem escuta não tem cena. Não dá nem pra dizer o SIM, porque para aceitar tem que ter escutado o que o outro disse. E às vezes a proposta do outro não é uma frase, mas uma ação, uma expressão facial, ou até mesmo um olhar. E a gente tem que estar atento a cada um em cena, aos que estão fora e podem entrar, ao mestre de cerimônia que pode propor um desafio aos improvisadores e, principalmente, à história que estamos contando e que tem um começo, um meio e um fim.


Para disponibilizar toda essa atenção a gente precisa sair um pouco da mente que quer a todo custo ter (e muitas vezes impor) ideias e estar aberto simplesmente a escutar todos os estímulos que estão chegando até nós. Acho que já fica muito claro como esse princípio é facilmente transportado pro cotidiano. Isso porque temos sentido que a nossa comunicação está falha, num geral, e que estamos muito pouco abertos pra troca genuínas.


Estamos quase o tempo todo preocupados com as coisas que já aconteceram ou estão pra acontecer, e quase nunca estamos no presente, escutando o que a realidade nos apresenta, que sensações as pessoas nos passam, que propostas elas nos fazem ou o que precisam. Um mundo pautado num individualismo exagerado acaba nos fazendo achar que escutar não é importante, e que tudo é sobre nós. E aí quando vamos improvisar a gente leva belos tombos, quando percebe que as histórias são coletivas, que cada um tem seu papel, sua voz, seu momento de fala e seu momento de escuta. Na mesma medida. E aí fica muito mais legal.


6- Tomar conta uns dos outros


Este último tópico também poderia se chamar “Trabalhe em equipe”, ou “Seja confiável e confie”, mas eu achei que nada expressa a ideia melhor do que tomar conta uns dos outros. Para Patrícia Ryan Madison, “os improvisadores completos se distinguem por sua generosidade, cortesia e capacidade de cuidar uns dos outros”.


Um dos exercícios que fazemos com os estudantes de improviso é assim: em determinada cena, nós definimos que todos os improvisadores tem como objetivo fazer o outro brilhar. A cena não deve ser sobre eles, as ideias deles, ou os personagens deles, mas principalmente, sobre os personagens e as ideias propostas pelos parceiros de cena. Esse esforço é meio difícil no começo e nem sempre o exercício dá certo de primeira, contudo aos poucos conseguimos construir essa sensação de que na impro você sempre joga para o outro, e o resultado é incrível. Gradualmente as cenas vão ficando mais fluidas, menos “barulhentas”, “afoitas”, acontecem menos discussões e os personagens começam a viver histórias mais interessantes. Simplesmente porque jogar pro outro é colocar em prática a aceitação das ideias, contribuir pra criação coletiva, a capacidade de se escutar e de aceitar os erros que com certeza aparecem no processo.




Não precisa ir muito além para perceber como esses princípios fazem trabalhar melhor equipes de empresas de qualquer ramo, grupos de professores, times que precisam desenvolver trabalhos criativos, coletivos de artistas ou companhias de teatro. É uma forma incrivelmente simples de alcançar equilíbrio no trabalho coletivo, principalmente quando se pratica “jogar pro outro”, ou “jogar pra todos”. Nem tudo precisa ser sobre você.


Essa é uma ideia legal pra caramba, porque geralmente rolam muitos textos por aí que falam sobre como você deveria largar tudo e fazer um mochilão, ou como você precisa alcançar o emprego dos seus sonhos fazendo o que gosta, ou como você pode começar a investir em ações com apenas cem reais, ou como você pode organizar melhor seu guarda-roupa. Não estou dizendo que esses textos são ruins, é claro. Tem muita coisa boa que a gente tem pra pensar sobre muito assunto diferente. Mas nem sempre precisa ser sobre você, e por isso eu gostaria que esse texto fosse sobre nós.


E sobre como mesmo os improvisadores mais antigos também sofrem pra aplicar cada um desses princípios, seja na impro ou na vida. Que eventualmente vamos errar e está tudo bem. E que podemos nos escutar mais e jogar mais um para o outro.


Eu passei três anos indo pra São Paulo com frequência fazer cursos de improvisação e isso me levou pra lugares incríveis, mas eu sentia que faltava alguma coisa. Foi só em 2016, quando eu comecei a compartilhar a impro com outras pessoas e produzir coletivamente que eu senti que estava começando a entender melhor o que é ser improvisador. Porque a impro é, na essência, coletiva. E talvez seus princípios tenham potências bacanas pra mostrar para nossa vivência na coletividade.


“Trate seus companheiros como gênios, artistas e poetas, e eles se tornarão”. Del Close



Elenco da Cia Improvisória
Elenco e equipe da Cia. Improvisoria, com quem tenho vivenciado boa parte do que contei aqui.


Danilo Forlini é Doutor e Mestre em Educação, Licenciado em Ciências Sociais, Especializado em Psicodrama Socieducacional e Técnico em Teatro. É responsável pela Coordenação Pedagógica do Espaço Cosmonauta e, junto com Tainah de Azevedo, dirige a Cia. Improvisória de Teatro e ministra os cursos de improvisação teatral básica e avançada do Espaço.


Livros Citados:

“IMPRO: Improvisation and the Theatre” - Keith Johnstone

“Truth in Comedy” - Del Close

“Improv Wisdom” - Patricia Ryan Madison

“Del Salto al Vuelo” — Omar Argentino

“Bossypants” — Tina Fey

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